O Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique (SERNIC) apresentou sábado à imprensa em Maputo duas pessoas, um homem e uma mulher, acusadas de envolvimento na vaga de sequestros de empresários nas cidades moçambicanas. Uma prisão foi feita em Maputo e a outra na província de Gaza.
O porta-voz do SERNIC, Hilario Lole, disse a repórteres que havia provas de que ambos os indivíduos “estiveram envolvidos em vários sequestros dentro de Moçambique e possivelmente no estrangeiro”.
Eles faziam parte de uma rede criminosa organizada identificada pela polícia, disse ele, e estão em andamento medidas para deter outros integrantes da quadrilha. “A prisão desses indivíduos resulta de um árduo trabalho de investigação criminal em coordenação com vários outros órgãos”, disse Lole.
Mas os detidos negaram qualquer envolvimento em sequestros. A detida, de 33 anos, que não foi identificada, declarou: “Não estou envolvida com nenhum grupo ligado aos sequestros. Sou empregada doméstica e trabalho na casa de uma cidadã portuguesa há seis anos. Eles me encontraram em casa e perguntaram se eu era o dono de um número de telefone usado nas comunicações relacionadas aos sequestros”.
“Eu reconheci o número, mas não o meu envolvimento no caso”, disse ela. “Mesmo assim, eles me levaram embora”. O segundo suspeito, um homem de 43 anos, também negou qualquer envolvimento e acusou os agentes do SERNIC de o maltratarem.
“Três agentes à paisana vieram à minha casa em Xinavane (província de Maputo), e queriam levar-me à força, sem ir às autoridades locais”, disse. “Então eu resisti e os agentes me espancaram. Disseram que meu telefone tinha sido usado em crimes de sequestro. Sou trabalhador na África do Sul”, afirmou, “e acabei de voltar para passar a época festiva aqui”.
Fonte: Cartamz