O secretário-geral António Guterres realçou que a missão da ONU na Líbia (UNSMIL) continua a documentar casos de detenção arbitrária, tortura, violência sexual e outras violações do direito internacional em instalações geridas pelo governo e outros grupos, segundo o relatório citado na segunda-feira (17.01) pela agência Associated Press (AP).
O diplomata português destacou que os milhares de detidos que não aparecem nas estatísticas oficiais fornecidas pelas autoridades líbias - mais de 12.000 - são incapazes de contestar a base legal para a sua detenção.
"Continuo seriamente preocupado com as contínuas violações dos direitos humanos de migrantes, refugiados e requerentes de asilo na Líbia", apontou Guterres no relatório dirigido ao Conselho de Segurança da ONU.
Tráfico e abuso sexual
"Mulheres e homens migrantes e refugiados continuam a enfrentar elevados riscos de violação, assédio sexual e tráfico por grupos armados, contrabandistas e traficantes transnacionais, bem como por funcionários da Direção de Combate à Migração Ilegal, que está sob a alçada do Ministério do Interior", acrescentou.
O responsável da ONU explicou que a UNSMIL relatou casos destes na prisão de Mitiga e em vários centros de detenção geridos pela Direção de Combate à Migração Ilegal em Al-Zawiyah e em redor da capital Trípoli.
Fonte: DW