Celebrou-se ontem, 24 de Janeiro, o Dia Internacional da Educação, sob o lema “Mudando o rumo, transformando a educação”. Segundo o UNICEF, a data é uma plataforma para mostrar as principais transformações necessárias para promover o direito fundamental de todos à educação e construir um futuro mais sustentável, inclusivo e pacífico.
“Apenas com uma educação de qualidade inclusiva, equitativa e oportunidades ao longo da vida para todos, os países conseguirão alcançar a
igualdade de género e quebrar o ciclo de pobreza que está a deixar para trás milhões de crianças, jovens e adultos”, defende o UNICEF através de uma nota de imprensa publicada esta segunda-feira.
Dados de 2019 colhidos pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e UNESCO indicam que, em Moçambique, 2.4 milhões de crianças, adolescentes e jovens estejam fora da escola. Na África Subsaariana, menos de 40% das meninas completam o ensino médio e cerca de quatro milhões de crianças e jovens refugiados estão fora da escola. O seu direito à educação está a ser violado e seu futuro será prejudicado se as mudanças não forem iniciadas já.
Ainda em conformidade com a mesma fonte, a pandemia da COVID-19 exacerbou uma crise educacional pré-existente. A dependência da tecnologia digital para a aprendizagem à distância aprofundou a exclusão e as desigualdades de género, devido à falta de electricidade, conectividade, dispositivos electrónicos e o apoio dos encarregados de educação.
“Sem acções correctivas, melhor apoio aos professores e aumento do financiamento, as perdas de aprendizagem e o abandono escolar continuarão a aumentar, revertendo o progresso em direcção a todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e privando os jovens de um futuro de dignidade e oportunidades”, escreve o UNICEF.
Para reverter esta situação, em coordenação com o MINEDH, as Nações Unidas através da UNESCO, do UNICEF, do PMA e outras agências e parceiros do sector têm desenvolvido acções para a implementação do Plano Estratégico da Educação 2020-2029 de Moçambique, que visa promover uma educação inclusiva, cívica e de qualidade. As acções incluem, entre outros, apoio no desenvolvimento do currículo escolar, capacitação de professores, provisão de material didáctico, alimentação escolar e formulação de políticas e estratégias educacionais.
“A UNESCO, o UNICEF e o PMA, bem como os demais parceiros do sector, convidam todos a trabalharem para transformar a educação e o futuro de Moçambique. A educação é um direito humano, um bem público e uma responsabilidade pública”, conclui o documento.
Fonte: O Pais