O advogado Alexandre Chivale e o comerciante Mohamad Wahaj deveriam ter ido esta terça-feira (18.01) a tribunal, no âmbito do processo das dívidas ocultas, mas não compareceram na audiência.
O Ministério Público pediu, por isso, a emissão de um mandado de busca e captura dos declarantes.
No caso particular de Chivale, a magistrada do Ministério Público, Sheila Marrengula, frisou que há "claros indícios" de ele "pretender furtar-se à ação da Justiça".
"O meritíssimo juiz advertiu o ilustre advogado a comparecer para ser ouvido pelo tribunal pelos atos praticados na qualidade de administrador Txopela Investments, SA. Mostra-se evidente que o ilustre advogado Alexandre Chivale não quer ser notificado", acrescentou a magistrada.
A Txopela Investments, SA é uma das empresas implicadas no escândalo das "dívidas ocultas", um esquema de corrupção que defraudou o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares, segundo a acusação.
Ordem dos Advogados defende Chivale
Para o Ministério Público, a não comparência de Alexandre Chivale no tribunal, esta terça-feira, prova que o advogado nunca quis ser notificado.
Mas a Ordem dos Advogados (OA) de Moçambique saiu em defesa do colega: "Não há evidências nos autos [...] de que Alexandre Chivale tenha sido procurado, de que tenha sido devidamente notificado, e não há evidências de que o cartório tenha empregue todos os meios para a sua localização", explicou o representante da agremiação, Jacinto Manjate.
De acordo com a OA, o Ministério Público precipitou-se ao pedir o mandado de busca e captura do advogado, fazendo uma "interpretação forçada e precipitada" do Código do Processo Penal e violando "os direitos fundamentais do cidadão".
Fonte: DW
No entanto, o juiz da causa, Efigénio Baptista, já advertira na segunda-feira (17.01) Alexandre Chivale, que se encontra de férias fora do país, para se apresentar em tribunal, sob pena de ser emitido um mandado de captura.