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Extração de órgãos na Zambézia preocupa autoridades e sociedade civil

Extração de órgãos na Zambézia preocupa autoridades e sociedade civil

Desde o início de janeiro, a polícia tem registado um aumento de casos de homicídios. O mais recente, que vitimou uma menor, ocorreu no passado fim de semana, na Zona de Alto Benfica, no distrito de Mocuba.


O chefe do gabinete das relações públicas do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, Miguel Caetano, forneceu pormenores sobre o rapto e assassínio de uma jovem de 15, salientando que foram extraídos os órgãos genitais e o coração do corpo da vítima. "A polícia está a envidar esforços para esclarecer este crime macabro rapidamente", disse Caetano.

Apelo à vigilância
Este não foi, no entanto, único homicídio na província, adiantou o porta-voz, embora a motivação no segundo caso no distrito do Alto de Molocue tenha sido diferente: "Um indivíduo de 21 anos de idade, por desavenças sociais, desferiu golpes a um individuo de 41 anos de idade e acabou por lhe tirar a vida".

Há também relatos de perseguição e assassinato de calvos e albinos nos distritos de Mocuba, Morrumbala e Milange. Miguel Caetano pede vigilância e apela à população para que se distancie "de atos de criminalidade. Estamos numa época em que temos vindo a registar vários casos de homicídios agravados".

Criminalidade não se combate apenas com a polícia
A situação preocupa também as organizações da sociedade civil. O sociólogo Bebito Manuel salienta que a motivação dos criminosos que assassinam pessoas para lhes retirar órgãos é obter ganhos financeiros.

O sociólogo diz que cabe ao Estado providenciar medidas para combater estes crimes por vias que vão para além das policiais." Estamos a falar de educação de qualidade. As pessoas precisam de ter educação, aprender que não é a matar que se resolvem situações financeiras."

O ativista de direitos humanos Carlos Abdala lamenta o aumento deste tipo de criminalidade na Zambézia. "A própria Constituição da República dá direito à vida. Estou a ver que o tecido humano está a degradar-se", disse Abdala à DW África.
Fonte: DW

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