Dois membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique morreram na sequência do despenhamento de uma avioneta da Escola Prática de Viação, na zona do Vulcano, na Cidade de Maputo e, até aqui, são desconhecidas as causas do incidente.
Era por volta das nove horas quando se ouviu um estrondo que assustou os moradores do bairro Vulcano, na Cidade de Maputo, colocando-os em pânico. Uma avioneta das Forças Armadas de Moçambique caiu e pegou fogo. Os dois militares que estavam na aeronave perderam a vida no local.
“A avioneta já seguia sem equilíbrio e vertia combustível. Nós estávamos distantes e a fumaça é que chamou à nossa atenção. Aproximamo-nos e percebemos que havia pessoas no interior”, contou Carmelino Marrime, testemunha do sinistro.
Depois de se aperceber que havia gente no interior da aeronave, os que estavam à volta não ficaram de braços cruzados. “Procurando prestar os primeiros socorros, uma das vítimas tentava sair, mas uma das paredes estava já a desabar porque já havia fogo e caíram sobre ele. Tentamos salvá-lo, mas não conseguimos. Como sabem, o combustível é altamente inflamável”, lamentou Carmelino Marrime.
Mesmo que o combustível seja altamente inflamável, os vizinhos tentaram socorrer as vítimas, mas não puderam fazer grande coisa. Os ocupantes da avioneta já tinham perdido a vida.
“Havia um fogo muito intenso. Só de aproximar, a vista já não aguentava, mas tivemos que fazer de tudo para salvar vidas. Arrombamos o quintal e entramos até onde havia aeronave em chamas. Tentamos debelar as chamas com água e areia. Nós insistimos até chegarem os bombeiros. Eles chegaram enquanto as coisas já estavam minimizadas. Depois vimos os corpos estatelados. Os ocupantes já estavam mortos”, narrou Amónio Luís Cuna, que testemunhou o incidente e quem prestou os primeiros socorros.
Posto isto, “arranjamos formas de cortar com machado e catana para tirar os corpos e levamos até à estrada, mas já com ajuda dos bombeiros”, acrescentou.
A casa sobre a qual o aparelho despenhou-se foi reduzida a nada e quis o destino que ninguém estivesse no interior ou mesmo arredores no momento da quadra da avioneta.
“Eu estava aqui em casa, mas de repente apeteceu-me ir comprar cigarro e quando volto, passo por uma casa onde costumo divertir-me. Lá, alguém foi dizer-me que estava a ver fumo na minha casa e eu saio de volta para casa. Chegado lá, confirmei que, de facto, havia fogo e encontrei pessoas a tentar debelar as chamas. Não pude fazer nada. Só fiquei a olhar”, disse Luís Cumbe, proprietário da casa sinistrada.
E assistiu sua casa sendo consumida pelo fogo e sequer teve tempo para recuperar seus pertences. “Não sei o que vou cobrir hoje, (referindo-se a ontem), onde dormir nem nada. Estou de mãos a abanar, como estão a ver. A única roupa que tenho é a que trago no corpo”, queixou-se, o proprietário da casa sinistrada.
Através de um comunicado de imprensa, o Ministério da Defesa Nacional avança que a aeronave sinistrada é de instrução do tipo festival, pertencente à Escola Prática de Viação, e que os dois tripulantes que perderam a vida eram um oficial e um sargento, ambos membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Ainda no documento, o pelouro da Defesa Nacional acrescenta que após tomar conhecimento, as FADM destacaram uma equipa para remover os corpos para a morgue do Hospital Central de Maputo, tendo igualmente, criado uma equipa multissectorial para apurar as reais causas do sinistro.
Esta é a segunda vez, num espaço de oito meses, que uma avioneta das Forças Armadas de Defesa de Moçambique cai na Cidade de Maputo. A primeira foi em Maio do ano passado, arredores do bairro Hulene “A”, tendo ferido um dos ocupantes e o outro saiu ileso.
Fonte: O pais