Apesar de o agravamento de preço do transporte público de passageiros, em vigor na província da Zambézia, desde o dia 02 de Janeiro, não ter sido autorizado pelas autoridades, os “chapeiros” dizem que não vão recuar da decisão.
A Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações da Zambézia disse que conversou com os transportadores para aguardar até que se tome uma decisão sobre a tarifa do “chapa”. Porém, os “chapeiros”, por sua vez, desmentem, alegando que nunca dialogaram com o Governo e que, mesmo se assim o for, não vão baixar o preço.
“Nós, os transportadores semi-colectivos de passageiros da Zambézia, reafirmamos que não vamos recuar da nova tarifa que decidimos colocar em vigor. Devíamos ter subido o preço no ano passado, mas mandaram-nos parar, alegando que, a partir do dia 02 deste mês de Janeiro, iríamos retomar a pretensão. Estamos apenas a cumprir o que nos foi dito, porque estamos numa situação difícil em termos dos custos de operações”, disse Tito Armando, um transportador da rota Quelimane-Mocuba, que arrolou o preço do combustível e a COVID-19 como as principais causas por trás da subida do preço.
Num outro desenvolvimento, os transportadores dizem que não vão ceder à pressão do Governo central. Entretanto, a directora provincial dos Transportes e Comunicações garantiu que o Executivo, numa ronda de diálogo com a direcção da Associação Provincial dos Transportadores da Zambézia, acalmou o ânimo dos “chapeiros”.
“Nós sentamo-nos com as associações para manterem a calma e esperarem pela decisão do Governo neste sentido. Os transportadores estão calmos e nós estamos a monitorar no terreno o assunto”, garantiu Fátima de Souza, num contexto em que o cenário mostra o contrário.
Aliás, a afirmação da governante foi contrariada por Rogério Peleme, que explicou que, em nenhum momento os transportadores se reuniram com o Governo, para discutir a questão da tarifa, desde que foi tomada a decisão de forma unilateral.
“Não vimos, aqui, ninguém do Governo e muito menos a própria directora provincial. Ainda que cá viessem, a nossa decisão não vai mudar”, desafiou Peleme.
Baduro Alfredo, vice-presidente da Associação Provincial dos Transportadores da Zambézia, fez saber que a sua agremiação não tem responsabilidade sobre a decisão dos transportadores. Se por um lado os “chapeiros” reclamam alta de preços de combustível e COVID-19 para justificar o agravamento da tarifa, por outro, o cidadão terá que arcar com as consequências do aumento de preço de “chapa” naquela província.
Fonte: O Pais