Foi a segunda vez, em menos de um ano, que uma avioneta da Força Aérea de Moçambique caiu durante uma instrução.
Em maio do ano passado, uma aeronave caiu nas proximidades de uma escola primária, fazendo um ferido. Esta terça-feira (11.01), os dois tripulantes morreram depois de a avioneta de instrução cair num dos bairros próximos do aeroporto de Maputo, destruindo uma residência.
Mas o ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, prefere não relacionar os dois incidentes. O governante diz que os motivos da queda da aeronave da Força Aérea estão a ser investigados pela comissão de inquérito criada para o efeito.
"Deixar que a comissão que foi criada, que penso que vai receber apoio até de outras instituições credenciadas pelo Estado, possa investigar. Uma vez terminada a investigação, hão-de informar-nos o que precisamos de fazer para evitar que no futuro não possa ocorrer", declarou.
Em conferência de imprensa, o ministro rejeitou, no entanto, que o motivo da queda da avioneta tenha sido a instrução em si.
"Também não posso dizer que é por causa da instrução. Por isso, prefiro insistir na tese de que temos que deixar que pessoas habilitadas, que é a comissão, nos venham dizer exatamente o que aconteceu e o que devemos fazer para que não volte a acontecer", afirmou.
Causa por esclarecer
O comandante da Força Aérea de Moçambique, general Cândido Tirano, diz, ainda assim, que ambos os incidentes servem de alerta: é preciso prestar mais atenção a detalhes nas aeronaves. A avioneta que se despenhou no ano passado e a que caiu este ano eram da mesma marca, explica Tirano.
Por isso, segundo o general, é preciso verificar "o combustível que usa, provavelmente no processo de descarte dos gases, porque notamos que pode ter rompido com alguma particularidade no conetor do escape. É aqui que temos que prestar maior atenção", considera.
Cândido Tirano admite que a perda de potência pode explicar a queda da aeronave, na terça-feira.
"A perda de potência origina a perda de velocidade e consequentemente a queda da aeronave", explica.
Mas o general remete também esclarecimentos para mais tarde:"Tecnicamente, foi nomeada uma comissão de inquérito que se vai encarregar de juntar os elementos que existem para apurar as prováveis causas para a perda de potência".
Fonte: DW