Em 18 meses, a África Ocidental foi palco de três golpes de Estado e o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, pede soluções à Comunidade Económica de Estados da região para a instabilidade que se vive.
Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso. Três golpes de Estado sucessivos e, na
última terça-feira, quarta tentativa de chegar ao poder à força fracassou na Guiné-Bissau.
A ofensiva ao Palácio do Governo guineense provocou 11 mortos, entre militares e civis, revelou o porta-voz do Executivo, Fernando Vaz. Os mentores da acção que colou o país a girar o mundo pelas piores razões continuam por identificar.
Para o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, três golpes de Estado em 18 meses e uma tentativa falhada na Guiné-Bissau é algo anormal.
Por isso, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, deve avaliar, com profundidade, as causas da instabilidade que região vive e procurar soluções que levem à maior segurança, estabilidade e consolidação democrática.
Segundo José Maria Neves, o que aconteceu no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso e na Guiné-Bissau pode levar à deterioração da democracia e à crise da política e não se deve ignorar que a África Ocidental ainda tem outros desafios, como o terrorismo e o narcotráfico.
Neves defendeu ainda a criação de mecanismo para a paz em África. “Deve haver melhoria da governança para que haja políticas públicas consistentes, orientadas para a solução dos problemas das pessoas, para o desenvolvimento sustentável da nossa região e se garantir a paz, a tranquilidade, em toda a região [Ocidental] e em todo o continente africano”, referiu.
Sobre a Guiné-Bissau em particular, o Chefe de Estado de Cabo Verde o continente aguardar mais esclarecimentos relativamente aos contornos, aos meandros da tentativa de golpe de Estado que se verificou na terça-feira. E o apelo é de que a gestão do pós-golpe se faça com a necessária contenção para se evitar mais violência.
Fonte: O Pais