Yassin Amuji, presidente da Associação de Turismo da cidade de Vilankulo, diz que a tentativa de extorsão acontece com muita frequência
"Até identificámos uma ou duas vezes os locais que ameaçavam os turistas", conta Amuji em entrevista à DW.
O responsável revela que alguns agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), acusados de extorsão, já foram identificados.
"Meteu-se uma queixa
e conseguimos identificar quem eram as pessoas que ameaçavam os turistas, e fizemos uma sensibilização a explicar importância do turismo", afirma.
Mesmo assim, o problema parece não ter solução. Acumulam-se as queixas de que, nas praias, vários agentes têm impedido o acesso ao areal. Para os turistas entrarem, os agentes estarão a pedir contrapartidas.
Estefânia Massigue, uma turista nacional, diz à DW que o fecho das praias "não é ordem do Presidente, mas sim de um e outro policial que enche a barriga levando coisas das pessoas. No caso destas praias, que estão em frente ao 'lodge', podem aproveitar para dizer 'aqui não é para vocês'. Eu sou contra isso, mas não sou ninguém."
O acesso esteve interditado por causa da pandemia da Covid-19, mas as praias foram entretanto reabertas.
Polícia não sabe de nada
Juma Aly Dauto, porta-voz da polícia no comando provincial de Inhambane, disse à DW que não recebeu qualquer queixa sobre extorsão de turistas. Por isso, pede-lhes "para apresentar queixa na polícia, porque o comportamento não é ético. O polícia não aprendeu para andar a extorquir."
Enquanto a situação prevalece, algumas pessoas morrem por afogamento nas zonas de banhistas. Só nas últimas semanas, três pessoas morreram em Vilankulo e duas na praia de Tofo.
Joaquim de Carvalho, um operador turístico em Inhambane, lamenta a situação. "Os estrangeiros utilizam a praia para apanhar sol, morreram dois miúdos afogados porque os pais nem sequer andam atrás deles."
Fonte: DW