No próximo ano, haverá eleições autárquicas em Moçambique. E o Presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, apesar de reconhecer o empenho dos edis eleitos pela lista do seu partido, mesmo com aquilo que considera de sabotagem pelo Governo moçambicano, liderado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), quer que os autarcas trabalhem na gestão transparente dos fundos públicos de modo que mereçam confiança dos cidadãos nas eleições.
"Estamos praticamente no fim do mandato e é o nosso dever e obrigação imprimir mais dinamismo na nossa governação e que as mudanças positivas que se registam na vida dos munícipes continuem nos próximos tempos", disse.
Para isso, Momade lança o alerta: "A corrupção, apatia, nepotismo, e o clientelismo não devem fazer parte nem do vosso dicionário e nem da vossa gestão da coisa pública".
O líder do maior partido da oposição moçambicana considera que "a governação da RENAMO deve ser caracterizada por um novo paradigma de prestação de serviço público" para fazer "a diferença num país onde os males nocivos nefastos a sociedade atrasam o desenvolvimento e agudizam o custo de vida dos cidadãos".
Cidadãos animados com a RENAMO, mas...
Em Nampula, província em que a RENAMO governa cinco das sete autarquias, cidadãos atribuem nota positiva à gestão daquele partido da oposição. Junito Castro é disso exemplo e diz que "a governação da RENAMO é diferente, porque a da FRELIMO nunca teve nenhuma mudança".
"Eles [os edis da FRELIMO] sabotavam nos valores e prometiam e não cumpriam. Agora, os edis da RENAMO fazem e cumprem com os seus planos", afirma o cidadão ouvido pela DW.
Mesmo assim, Junito critica o que considera ser a péssima qualidade das recentes infraestruturas construídas e inauguradas na cidade de Nampula, autarquia gerida por Paulo Vahanle, da RENAMO.
"A estrada de Marrere, por exemplo, quase levou seis meses em construção, mas antes de 30 dias [após a inauguração], por causa da chuva, danificou-se e fomos ver que, praticamente, não se fez nada daquilo que esperávamos. Usam o dinheiro, mas o trabalho sai sem qualidade", considera este morador de Nampula.
Em Moçambique existem 53 municípios dos quais oito são liderados pela RENAMO: Chiúre, em Cabo Delgado, Cuamba, no Niassa, Nacala Porto, Nampula, Angonche, Ilha de Moçambique e Malema na província de Nampula e cidade de Quelimane, na Zambézia.
Fopnte: DW