A morte de um cidadão sul-africano no território moçambicano, reportada pelo “O País”, esta semana, ganhou novos contornos. A viatura que a vítima conduzia foi roubada naquele país e comprada por um cidadão nacional de nome Ibrahimo Faruque, alegadamente com dinheiro disponibilizado pelo presidente da CTA, Agostinho Vuma.
Tulani Mdliva tinha 31 anos de idade. Entrou em Moçambique no dia 21 de Janeiro, passado com esta viatura e na companhia de dois moçambicanos identificados pelos nomes de Titos Mendes, mais conhecido por Tozé, e Porry, respectivamente, segundo os autos do Serviço do Nacional de Investigação Criminal.
A instituição avança ainda que a viatura na qual a vítima se fazia transportar foi roubada na África do Sul e para atravessar a fronteira de Ressano Garcia foram pagos 60 mil rands, o que equivale a cerca de 240 mil meticais.
Depois dessa operação, Tulani Mdliva foi encontrado morto, o seu corpo abalonado numa berma da Estrada Nacional número quatro, no Distrito de Boane, Província de Maputo e sem a viatura.
A viatura do malogrado foi levada para uma residência no bairro da Matola “D” e posteriormente vendida a um cidadão de nome cidadão Ibrahimo Faruque a um milhão e quatrocentos mil meticais transferidos pelo empresário e presidente CTA, Agostinho Vuma, segundo o SERNIC, neste documento.
Confrontado telefonicamente com a informação, Agostinho Vuma negou tudo, admitindo apenas que conhece Ibrahimo Faruque.
“Ihrahimo Faruque é um camarada membro da Assembleia Provincial em Gaza. Portanto, de longa data. É um militante. Eu conheço sim”, disse.
Vuma disse mais, negou ter feito a transferência do valor usado para a compra da viatura. “No documento que partilhou sim vi o valor. Eu nunca fiz tal transferência. E autorizava a nossa STV a colocar publicamente ou a buscar mais declarações sobre este assunto. Como eu disse, estou ausente. Não sei com que objectivo levaria uma viatura, testemunhei as fotos que circularam, não têm nada a ver com nenhuma das minhas residências”.
Por sua vez, o SERNIC mostra-se espantado e preocupado com o facto de seus documentos terem vazado e circular nas redes sociais. Entretanto, garante que o caso está sob investigação e todos os indivíduos cujos nomes constam deste documento podem ou não ser constituídos arguidos.
Fonte: O Pais