A Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, apelou hoje para o maior controlo do sistema financeiro, com destaque para as carteiras móveis, por serem veículos recorridos por criminosos para financiar o crime organizado no país. A magistrada falava na cerimónia de abertura do ano judicial 2022.
Para além das carteiras móveis, Beatriz Buchili aponta para a entrada ilegal de estrangeiros no país, esquemas de corrupção, pilhagem de recursos minerais e florestais como factores que concorrem para o financiamento do terrorismo e outros crimes conexos.
Face aos desafios impostos pelo crime organizado, a Procuradora-Geral da República sugere o apetrechamento do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SENIC), bem como o controlo do sistema financeiro moçambicano.
Ainda na sua intervenção, a magistrada alertou para a necessidade de todas as forças vivas da sociedade moçambicana e internacionais intervirem para colmatar o crime organizado.
“O combate ao crime organizado não é apenas responsabilidade das instituições de justiça, mas de todas as instituições que concorrem para a descoberta da verdade e esclarecimento dos factos e da sociedade, através de denúncias, o que permite a celeridade dos processos penais”, disse Buchili, acrescentando que “o combate ao terrorismo e criminalidade conexa é responsabilidade de todos os moçambicanos”.
Para o presente ano judicial, o Ministério Público garantiu que está a empreender esforços para restabelecer o funcionamento das suas delegações nas zonas destruídas pelo terrorismo e garantir a observância dos direitos humanos nos estabelecimentos penitenciários.
Fonte: O Pais