O secretário-geral do MDM, José Manuel Domingos acaba de renunciar a sua candidatura à sucessão de Daviz Simango, após ver chumbado o seu relatório e contas 2018-2021 por mais da maioria dos congressistas, abrindo caminho para Lutero Simango e Silvério Ronguane, um dos quais poderá ser eleito presidente do MDM ainda esta madrugada, sendo que o irmão mais velho do falecido líder é mais favorito.
José Manuel Domingos não só retirou a sua candidatura a presidente do MDM, como também abandonou o local do evento junto com sua comitiva e alguns apoiantes, queixando-se da actuação de um protocolo tendenciosamente posicionado para favorecer um dos candidatos.
“Renunciei porque as coisas não estão boas. O processo está muito viciado”, disse José Manuel Domingos, num breve contacto com o Evidências, dando a entender que não eram só as listas de delegados que estavam adulteradas, mas também havia um ambiente criado para o ridicularizar antes das eleições.
Alguma animosidade durante a discussão do relatório de actividades e contas do partido nos últimos anos terá sido a gota de água para a referida decisão. É que José Manuel Domingos defendeu as contas do partido durante o período que assumiu interinamente a direcção máxima do partido, mas alguns membros, supostamente apoiantes do outro candidato cobraram também explicações das contas do período antes da morte de Daviz Simango, uma vez que era secretário-geral, portanto responsável pela gestão corrente do partido.
No fim, o relatório de 2018-2021, foi chumbado com 479 votos contra, 20 a favor e 27 abstenções. Estes números, que refletem a vontade de mais de maioria, terão pesado sobremaneira para a desistência de José Manuel Domingos, que durante muito tempo vinha se furtando de apresentar o referido relatório.
Refira-se que, após o incidente da manhã deste Sábado, reforçou-se a presença da polícia no local onde decorre o III Congresso do terceiro maior partido do país.