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Após um ano mau, sector privado “esfrega as mãos” com a vinda da plataforma Coral Sul

Após um ano mau, sector privado “esfrega as mãos” com a vinda da plataforma Coral Sul

Em Briefing do Fim do Ano, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) deixou claro que 2021 é um ano para esquecer, pois, houve vários acontecimentos que lesaram consideravelmente os negócios das empresas privadas.


Entretanto, para o próximo ano, o sector privado esfrega as mãos com a vinda da plataforma Coral Sul que vai, em alto mar, na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, extrair e liquefazer o gás natural.

“Esperamos que, como resultado do efeito do alívio das 25 medidas restritivas, associado à chegada da plataforma flutuante de produção de gás natural do projecto Coral Sul e o início da exploração do gás no país, se abra uma página promissora na industrialização do país e nas oportunidades de inserção das PME na cadeia de valor da indústria do Oil&Gas, que o desempenho empresarial possa recuperar progressivamente em 2022, acompanhando a trajectória de recuperação da economia de forma geral”, afirmou o Presidente da CTA, Agostinho Vuma.

Contudo, Vuma salientou que, mesmo perspectivando uma recuperação do desempenho empresarial no próximo ano, a CTA se resguarda numa postura mais cautelosa, devido à nova variante da Covid-19, sobre a qual prevalece a incerteza em relação ao seu impacto e aos sacrifícios que serão necessários para a sua contenção.

Sobre o balanço de 2021, o Presidente da CTA reportou que o Índice do Ambiente Macroeconómico, computado pela Confederação, revela que, ao longo de 2021, o ambiente macroeconómico apresentou uma ligeira deterioração, tendo passando de 49% para 47%, uma queda de 2 pontos percentuais.

“Contudo, queremos salientar que, ao longo do ano, este indicador apresentou grandes flutuações, destacando-se o II Trimestre, quando subiu em cerca de 5 pontos percentuais, devido à apreciação cambial que se verificou no mês de Abril, numa cifra de cerca de 24%”, sublinhou a fonte.

Sobre o desempenho empresarial, Vuma disse que as empresas privadas continuaram sendo afectadas de forma significativa pelas restrições impostas, no âmbito da prevenção e contenção à propagação da pandemia da Covid-19.

“Igualmente, a situação de insegurança na província de Cabo Delgado e a suspensão das actividades da Total Energies influenciaram sobremaneira o desempenho empresarial ao longo do ano, sendo que, de acordo com o levantamento feito pela CTA, cerca de 410 empresas foram afectadas, dentre as quais 38 tinham pagamentos pendentes, devido à declaração da Força Maior da Total. Diante deste cenário, estabelecemos um diálogo com a Total e o Governo com vista a encontrar soluções para a minimização destes impactos”, lembrou a fonte.

Segundo o Presidente da CTA, factores externos também influenciaram o ambiente de negócios nacional, como é o caso da crise global das cadeias de abastecimento, que induziu o aumento dos custos de transporte em mais de 300%, a subida dos preços de cereais e de combustíveis, cujos efeitos se revertem no aumento de custos operacionais das empresas e, mais recentemente, assistimos ao fenómeno do “apartheid de viagens”, conforme classificou o Secretário-Geral da ONU, com a interdição de viagens que os países do ocidente impuseram a países da Região Austral de África, incluindo Moçambique, devido à descoberta da variante Ómicron do novo coronavírus.

“Devido a este quadro, o Índice de Robustez Empresarial teve uma tendência volátil, com quedas e subidas ao longo do ano. Contudo, uma avaliação geral do Índice sugere que este se deteriorou até o Terceiro Trimestre, em cerca de 11 pontos percentuais, em 2021, face ao período homólogo de 2020, situando-se actualmente em 26%”, relatou Vuma.

Sobre o diálogo público-privado, no âmbito da implementação do Plano de Acção para a Melhoria do Ambiente de Negócio - PAMAN (2019-2021), o Presidente da CTA queixou-se de ter atingido 38,6%, isto é, um baixo nível de implementação das reformas previstas neste instrumento. 
Fonte: Cartamz

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