Em 2021, o crime organizado voltou a exibir a sua musculatura e a Polícia da República de Moçambique, mais uma vez, voltou a não mostrar argumentos para travar a onda de raptos nas principais cidades do país. No Informe Anual à Assembleia da República sobre a Situação Geral da Nação, o Presidente da República tornou público que dos 14 raptos registados no corrente ano seis foram esclarecidos. Contudo, os cabecilhas dos grupos que criaram uma onda de instabilidade no seio do empresariado nacional continuam sem rosto.
Desde 2011 que os grupos de crime organizado, usando armamento exclusivo das Forças de Defesa e Segurança, continuam a semear terror em Moçambique. Devido ao clima de insegurança que se vive no país, muitos empresários de ascendência asiática decidiram abandonar a Pérola do Índico.
No seu Informe Anual, o Presidente da República reconheceu que, mesmo com o reforço incremento do efectivo policial e disponibilização de meios para o combater os altos níveis de criminalidade, se registou o recrudescimento da criminalidade, tendo destacado a tipologia dos raptos.
“O crime de raptos tem um impacto humano, social e económico significativo, e tende a ocorrer nos grandes centros urbanos, dada a afluência de pessoas que procuram desenvolver seus negócios e outras actividades, com destaque para as Províncias de Maputo, Cidade de Maputo, Sofala e Manica”, declarou Nyusi.
No presente ano, dos 14 casos de rapto que foram tornados públicos, segundo o Chefe do Estado, foram esclarecidos seis, tendo sido detidos 18 indivíduos. Entretanto, os mandantes continuam sem rosto, mesmo sendo figuras que dispensam qualquer tipo de apresentações nos altos quadros do Ministério do Interior.
Para tranquilizar os empresários que desde 2011 continuam reféns da inoperância das autoridades da lei e ordem, o Governo decidiu criar uma unidade policial especializada para prevenir e combater os raptos.
“Como medida de resposta, levámos a cabo, e estão em curso, acções que visam reduzir a intensificação dos raptos e a mitigar os seus impactos, sendo de destacar: A criação das Brigadas especializadas de prevenção e combate ao crime de Rapto, actualmente em treinamento especializado.
Por outro lado, Nyusi declarou que haverá reforço no mapeamento e no controlo de fontes potenciais de crime, “com ênfase para cidadãos nacionais e estrangeiros, cadastrados, evadidos de cadeias e procurados com mandados de captura”.
De referir que o 14º rapto registou na quarta-feira, 22 de Dezembro, e informações não confirmadas que apontam que trata-se de Ibrahim Versalhes, por sinal um empresário de ascendência asiática.
Fonte: Evidências