O Parlamento moçambicano discute esta sexta-feira (10.12) o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2022 que tem como objetivo "atingir um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9%", lê-se no documento entregue aos deputados.
O Governo aponta como meta 5,3% de inflação média anual, quer "alcançar o valor de 5.203 milhões de dólares (4.596 milhões de euros) em exportações de bens" e constituir Reservas Internacionais Líquidas para seis meses de importações de bens e serviços.
O Governo moçambicano prevê que os donativos cresçam 2,5 vezes, de 514,8 milhões de dólares (454 milhões de euros) contabilizados em 2020, valor semelhante ao projetado para o ano em curso e que salta para 1.316 milhões de dólares (1.162 milhões de euros) previstos para 2022, com as doações para projetos e programas especiais a apresentar os maiores incrementos.
Défice orçamental aumenta
Nos documentos a discutir pelo Parlamento, prevê-se ainda um défice orçamental equivalente a 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB), maior que em anos anteriores (12,7% nas contas de 2020 e 9,1% previsto para 2021).
É antecipado um aumento do défice da conta de bens, que "decorre do incremento assinalável das importações, sobretudo dos grandes projetos, refletindo a implantação do Projeto Coral Sul na bacia do Rovuma". Trata-se da plataforma flutuante liderada pela petrolífera Eni, em trânsito desde os estaleiros da Coreia do Sul e que em janeiro deverá instalar-se ao largo da costa de Cabo Delgado para iniciar a exploração de gás durante o ano.
No entanto, nem todos os projetos de gás estão a avançar: a violência em Cabo Delgado paralisou o projeto em terra da Total e isso reflete-se numa queda de 535 milhões de dólares (472 milhões de euros) do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) previsto para 2022, em relação a 2021.
Fonte: DW