"Temos o prazer de comunicar que foi alcançado um marco positivo no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração [DDR] com o encerramento da primeira base militar da Renamo", afirmou Mirko Manzoni, em comunicado de imprensa.
Um total de 560 combatentes da base, localizada no distrito de Murrupula, foram desmobilizados, declarou Manzoni. Considerou que com o fim da base de Murrupula, a desmobilização dos antigos homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) prossegue a marcha para a conclusão do DDR.
Passam assim a 11 o número de bases do braço armado do principal partido da oposição já encerradas desde junho de 2020, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre a RENAMO e o Governo moçambicano a 06 de agosto de 2019, que acabou com meses de instabilidade política e militar provocada pela contestação aos resultados das eleições gerais de 2014.
Mirko Manzoni observou que 63% do efetivo militar da RENAMO já foi abrangido pelo DDR, manifestando expetativa na conclusão do processo.
"Passos importantes rumo à paz definitiva"
"Para além dos progressos no desarmamento e na desmobilização, este ano, o país deu passos importantes e intencionais rumo à paz definitiva, com progressos tangíveis nas áreas da descentralização, reintegração e reconciliação nacional", destacou Manzoni.
O enviado pessoal do secretário-geral da ONU e presidente do grupo de contacto para negociações de paz em Moçambique assegurou que vai continuar o trabalho com os signatários do acordo, comunidades e parceiros visando permitir que os homens e mulheres desmobilizados da antiga guerrilha da RENAMO deem o seu contributo na construção da paz e prosperidade de Moçambique.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a RENAMO, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do entendimento, devem ser desmobilizados cerca de cinco mil guerrilheiros, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.
Fonte: DW