Em declarações reproduzidas esta segunda-feira (13.12) pela pela emissora pública Rádio Moçambique e sem referir datas, Rafael afirmou que a primeira ação dos grupos armados em Niassa, norte do país, foi um ataque a uma viatura da PRM no distrito de Mavago, que resultou no ferimento de agentes.
Na sequência, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) empreenderam uma operação que resultou na destruição de um acampamento de homens armados no distrito.
"Conseguimos recuperar algum equipamento e vimos que se tratava de homens armados", declarou o comandante-geral da PRM.
Numa outra investida, homens armados atacaram uma coutada de caça na província de Niassa, destruindo um acampamento.
Seguidamente, uma patrulha de membros da polícia caiu numa emboscada, tendo os agentes ripostado e matado um líder dos grupos armados, que se chamava Cassimo.
"As pessoas do Niassa conhecem-no, era 'maulana' [líder muçulmano] em Mecula e a partir da morte deste terrorista, tirámos a conclusão de que se tratava de terroristas que atravessaram de Cabo Delgado para Mecula", ressalvou.
Expansão da insurgência
Na semana passada, analistas disseram à Lusa que as províncias moçambicanas de Niassa e Nampula, norte, e Zambézia, centro, oferecem condições para um "refúgio perfeito e expansão" dos grupos armados em fuga da província de Cabo Delgado, face à ofensiva das Forças Armadas de Moçambique, Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Fonte: DW