"Nós não temos tolerância nenhuma [com casos de abusos sexuais], tolerância zero para estas questões que prejudicam as comunidades", afirmou Maurício Burtet, chefe do escritório do PAM em Cabo Delgado, citado hoje pela emissora pública Rádio Moçambique.
Burtet falava durante um encontro com técnicos do Instituto Nacional de Gestão de Desastres Naturais (INGD), parceiros de cooperação e dirigentes distritais.
Abuso de poder?
Os beneficiários da assistência alimentar prestada pelo PAM acusam igualmente de abuso de poder os líderes das comunidades onde os deslocados de guerra estão reassentados.
"O nosso objetivo é sempre trazer assistência [para as comunidades", para que "haja benefício para as pessoas que servimos", acrescentou.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas, aterrorizada desde 2017, por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 859 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu o aumento da segurança, recuperando várias zonas onde havia a presença dos insurgentes, mas os ataques continuam em zonas dispersas da província e de regiões vizinhas.
Fonte: DW