Não basta esforço e organização, "África precisa de mais vacinas" para o combate à pandemia da Covid-19, assegura o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, que encabeçou a Task Force da campanha de vacinação contra a pandemia em Portugal.
"Acho que os países europeus devem fornecer mais vacinas a África, porque no continente há poucas pessoas vacinadas e precisamos de ajudar. Havendo vacinas, esforço e organização, conseguimos todos ser vacinados pelo menos numa percentagem que nos proteja a todos", referiu.
"Tenho o forte desejo que Moçambique, que é a minha terra natal, atinja uma percentagem de vacinação que proteja a sua população", acrescentou.
O vice-almirante da Marinha portuguesa é elogiado em todo o mundo pela alta taxa de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, que ronda os 86%. Henrique Gouveia e Melo admite transmitir a sua experiência aos países africanos de língua portuguesa de diversas formas.
"Em colóquios, a explicar como é que se montou o processo em Portugal, escrevendo algumas memórias, que é uma coisa que demora tempo. Mas essencialmente passando a experiência de viva-voz, até com técnicos desses países, de maneira a poder ajudá-los nas dúvidas que possam ter", frisou o comandante das Forças Armadas portuguesas à margem de uma homenagem a Quelimane, promovida em Lisboa, pela Câmara de Comércio Portugal-Moçambique, esta quinta-feira (11.11)
Manuel de Araújo atento à Covid-19
Entre as figuras convidadas para o evento esteve Manuel de Araújo, presidente daquele município da província de Zambézia, que diz estar a acompanhar a evolução positiva e os passos dados por Portugal no combate à Covid-19.
"Em menos de dois anos, Portugal deu um passo gigantesco. E eu penso que é uma lição não só para Portugal, não só para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), mas para o mundo inteiro", comentou.
"É um caso ímpar e é importante que nós aprendamos as lições. Penso que o vice-almirante tem muito a partilhar com o mundo", afirmou.
Fonte: DW