O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in (à esquerda), e o Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi (à direita), com as duas primeiras damas no momento do lançamento da plataforma Coral Sul
O Presidente moçambicano Filipe Nyusi disse esta segunda-feira (15.11) que "novos horizontes de desenvolvimento começam a cintilar" com o arranque da exploração de gás da bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado, confiante na pacificação da província.
Nyusi discursava na Coreia do Sul durante a cerimónia de lançamento ao mar, rumo a Moçambique, da plataforma flutuante Coral Sul, a primeira a explorar a partir de 2022 as reservas em alto mar, no norte do país, classificadas entre as maiores descobertas de gás do mundo.
Para o presidente moçambicano, o dia corresponde ao "concretizar de sonhos coletivos" de um país que "de pequeno produtor" caminha para ser um "produtor relevante de gás natural liquefeito a nível mundial".
Filipe Nyusi foi felicitado pelo Presidente coreano, Moon Jae-in, que participou na cerimónia desta segunda-feira (15.11), incluindo no corte de uma amarra simbólica da plataforma no cais da divisão industrial da Samsung em Geoje, onde foi construída.
"Avanços contra o terrorismo"
Perante a plateia e todos os parceiros da Área 4 de exploração de Moçambique, nomeadamente a petrolífera italiana Eni, que lidera o projeto Coral Sul, Nyusi prometeu "tudo fazer para remover o último obstáculo", até ser restaurada "completamente a segurança e tranquilidade", numa alusão à insurgência armada em Cabo Delgado.
Dizendo estar ciente de que "a paz e segurança" são fundamentais para que haja investimento, referiu que "há avanços assinaláveis nas ações contra o terrorismo na província".
Uma crescente segurança que "encoraja os investidores da Área 1, liderados pela Totalenergies, a equacionarem a retoma dos investimentos" em terra, no distrito de Palma, suspensos em março devido a ataques armados de rebeldes.
O Presidente moçambicano disse que há contactos em curso com as concessionárias para definir "os momentos certos" para a retoma da construção da fábrica de liquefação de gás na península de Afungi, mas sem compromissos em relação a datas.
Se o investimento em terra tem sofrido com a insurgência, no projeto Coral Sul, a cerca de 50 quilómetros em mar alto, a insegurança "não tem tido qualquer impacto material", referiu hoje a Eni, num nota enviada à agência Lusa.
Fonte: DW