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Kenmare quer fazer negócios com muito mais empresas moçambicanas
Kenmare quer fazer negócios com muito mais empresas moçambicanas

A gigante empresa mineira de origem irlandesa, Kenmare Resources PLC, que opera na província de Nampula, quer passar a consumir mais o conteúdo nacional. Pretende, a partir deste 2022, fazer mais negócios com fornecedores de bens e serviços moçambicanos.


Num comunicado a que "Carta" teve acesso, consta que, recentemente, a empresa lançou um portal electrónico para o registo de fornecedores na sua base de dados. Além disso, convida todas as entidades nacionais e legais, individuais ou colectivas, que estejam interessadas em fazer parte da base de dados de fornecedores, a se cadastrarem.

Na sua nota, a companhia assegura que, uma vez registadas, as empresas nacionais estarão habilitadas a receber solicitações de propostas da Kenmare para as categorias aplicáveis para a sua área de actuação. Sublinha, porém, que o registo não significa aprovação automática para adjudicação e consequente fornecimento de bens e serviços.

Esta informação é uma lufada de ar fresco, numa altura em que por causa das crises que assolam o país, entre as quais, a pandemia da Covid-19, várias empresas, principalmente pequenas e médias, estão a falir, cortando impostos ao Estado e remetendo os trabalhadores ao desemprego. É o caso da indústria de construção civil que, nos últimos dois anos, num universo de três mil associados à Federação Moçambicana de Empreiteiros, pelo menos 500 foram à falência, por falta de negócios, um pouco por todo o país.

Este anúncio coincide com o ano em que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) pretende passar a medir e publicar o nível de aplicação do conteúdo local por parte das multinacionais que operam em Moçambique. Pretende com a iniciativa monitorar a evolução do conteúdo local nos grandes projectos; reactivar o debate sobre o conteúdo local em Moçambique e contribuir para a participação das pequenas e médias empresas nos grandes projectos. Além da CTA, o Centro de Integridade Pública (CIP) quer igualmente passar a publicar, anualmente, pesquisas sobre a matéria.

A Kenmare Resources PLC é uma empresa mineira de direito irlandês sediada em Dublin. A empresa é membro do FTSE AllShare Index e está listada prioritariamente na Bolsa de Valores Irlandesa. A principal actividade do Grupo é a operação da Mina de Minérios de Titânio de Moma, localizada na costa nordeste de Moçambique e em actividade comercial desde 2009. 

A Kenmare é referência mundial no fornecimento de produtos de areias pesadas a consumidores e para clientes de dimensão global, operando em mais de 15 países. O resultado das operações da mina consiste em vários graus de minérios de dióxido de titânio, ilmenita, rutilo, assim como minérios de zircónio e zircão. Os produtos da Kenmare são matérias-primas-chave processadas na forma de produtos intermédios e consumidos em última análise como produtos diários de “qualidade de vida”, como tintas, plásticos e telhas cerâmicas. 
Discute-se o futuro da Tongaat Hulett proprietaria da açucareira de Xinavane
Discute-se o futuro da Tongaat Hulett proprietaria da açucareira de Xinavane

A comunidade de investimentos sul-africana enfrenta um dilema em relação à oferta de direitos subscritos para Tongaat Hulett para que faça um acordo com uma das famílias mais notórias do Zimbabwe ou enfrente o desmembramento do principal produtor de açúcar da África Austral. 


A Tongaat Hulett passou por tempos difíceis nos últimos anos após a descoberta de irregularidades contabilísticas em 2019, o que resultou na revisão dos seus resultados e ser multada pelo JSE.

Isto culminou com a implosão no preço das acções da empresa que, em 2018, cada acção estava sendo negociada em torno de 130 rands para cerca de 6 rands em que está sendo negociada hoje. Apesar de uma extensa investigação da PwC e de uma nova mexida na administração, a empresa ainda continua lutando.

A implosão do preço das acções teve como efeito tornar o balanço da empresa quase insustentável, e sua enorme dívida de aproximadamente 6,6 biliões de rands está agora em risco, causando pânico entre os seus banqueiros.

Nesse pântano saltou à vista uma empresa registada nas Maurícias, a Magister, detida e controlada por membros da família Rudland do Zimbabwe, que supostamente têm sido apoiante da Zanu-PF e da sua liderança.

A família é também proprietária da empresa Gold Leaf Tobacco, que, segundo algumas estimativas, é a maior empresa de cigarros da África do Sul, a avaliar pelo número de cigarros vendidos.  A empresa ganhou destaque quando o co-proprietário Simon Rudland sobreviveu a uma tentativa de assassinato ao estilo de gangues em Agosto de 2019.

Não existe uma ligação directa entre a Magister e a Gold Leaf, que é representada por Hamish, irmão de Simon Rudland, cujo principal negócio é a indústria dos transportes. No entanto, vários relatórios alertaram sobre a recente queda do Zimbabwe num “sistema oligárquico de estilo russo”.

“Está a tornar-se um centro regional de lavagem de riqueza ilícita que está a alimentar conflitos violentos”, refere o relatório. 

O documento inclui também uma análise detalhada das supostas actividades da família Rudland, entre as quais, o contrabando de ouro, lavagem de dinheiro e mineração em áreas de conservação.

A Magister anunciou em 17 de Novembro de 2021 que subscreveria os primeiros 2 biliões de rands de uma oferta de direitos de 4 biliões.  Se for bem-sucedida, a oferta de direitos ajudará bastante a resolver o problema da dívida da Tongaat e, provavelmente, manterá a integridade da empresa.

O drama da oferta de direitos é ilustrado pelo facto de a Tongaat ter, actualmente, um valor patrimonial de 770 milhões de rands.  A oferta de direitos tem, portanto, o condão de transformar completamente a estrutura de propriedade da empresa.

Em termos do acordo, a participação da Magister é limitada a um máximo de 60%. Sendo assim, a Magister receberá um assento no conselho para cada 20% de acções da empresa. Também receberá uma taxa fixa de subscrição de 1,5%, ou seja, 30 milhões de rands.

A própria Tongaat tem poucas opções além de vender os seus activos aos poucos, um processo que já havia começado, principalmente, vendendo as suas operações de amido muito lucrativas e vários negócios, incluindo o comércio namibiano e negócios de marketing e operações na Suazilândia.

Num comunicado de negociação em Setembro, a empresa anunciou que os principais lucros dos seis meses até 20 de Setembro cairiam drasticamente. E assim aconteceu quando a empresa anunciou os seus resultados provisórios a 9 de Dezembro, com lucro operacional reduzido de 1,67 bilião de ranes para 1,2 bilião. O lucro após impostos caiu para 23 milhões de rands contra os anteriores 385 milhões.

Para os investidores, a proposta é uma faca de dois gumes; fazer um acordo com uma família “notória” ou enfrentar o desmembramento da empresa, colocando em risco o futuro dos seus 29.000 funcionários no pico da safra na África do Sul, Zimbabwe, Moçambique e Botswana.

Mas a Tongaat apostou na primeira opção. Questionada no contexto do relatório da Comissão Zondo, se um acordo com a Magister é aconselhável, a empresa disse que a Magister “seria um investidor adequado”.

A chefe de comunicações da Tongaat, Virginia Horsley, disse que, como parte da avaliação da Magister, a PwC realizou, a pedido da Tongaat, um exercício independente de due diligence de conformidade que incluiu a compreensão da Magister, seus activos e investimentos e seus associados, bem como uma revisão de uma combinação de informações publicamente disponíveis, informações corporativas privadas seleccionadas, referências e respostas da Magister a perguntas específicas.

“A Magister está investida em vários negócios respeitáveis ​​e substanciais e a Tongaat acredita que seria um investidor adequado. A Magister forneceu à Tongaat uma garantia bancária sul-africana para apoiar seus compromissos de subscrição. Como parte deste processo, o Standard Bank realizou as verificações anti-lavagem de dinheiro, com as quais Tongaat se confortou. Acreditamos que, por meio de uma oferta de direitos de até 4 biliões de rands, a Tongaat desbloqueará o crescimento de longo prazo, protegerá o valor intrínseco dos accionistas e criará um legado para muitas pessoas dependentes dos negócios da Tongaat em toda a SADC”, referiu.

Por sua vez, a família Rudland está convencida de que o rótulo “notório” é inapropriado.  Em resposta às perguntas do Business Maverick, a empresa avançou: “os membros da família Rudland têm muitos interesses comerciais em negócios respeitáveis ​​e substanciais, incluindo empresas listadas. Não há base para sugerir que eles são inadequados para investir na Tongaat.  A família tem grande consideração pelas boas práticas de governação corporativa.  A Magister tem confiança na gestão da Tongaat e não tem intenção de se envolver nas operações diárias desta companhia.”

Os membros da família já possuem 9,98% da Tongaat por meio de uma empresa registada nos Emirados Árabes Unidos, a Braemar. Mas nem Braemar nem Magister votarão nas resoluções por razões de governação corporativa, mesmo que não sejam tecnicamente “partes relacionadas”, conforme definido pela Lei das Sociedades ou pelas regras do JSE.

Os dois maiores accionistas da Tongaat são a Public Investment Corporation (PIC), que não respondeu às perguntas da mídia, e o grupo financeiro PSG, que detêm 14% e 15% da empresa, respectivamente.

A chefe-executiva da PSG Asset Management, Anet Ahern, disse: “fazer malabarismos com os interesses de todas as partes interessadas é excepcionalmente complicado neste caso, pois a Tongaat também tem um grande impacto na sociedade em que opera.  Escolhas difíceis precisam de ser feitas e elas sempre serão controversas.”

Com efeito, o banqueiro do negócio, o Standard Bank, procurara colocar a responsabilidade pela decisão de prosseguir com o conselho e os accionistas da Tongaat.

“O Standard Bank cumpre a legislação local e internacional contra a lavagem de dinheiro e leva essa responsabilidade a sério. O Standard Bank segue os seus processos internos de avaliação de risco do cliente de forma diligente e consistente, e não colocará a sua reputação em risco ao fazer negócios de forma anti-ética, ilegal ou não profissional. Qualquer decisão de prosseguir com a oferta de direitos e quaisquer transacções relacionadas serão de responsabilidade única e independente do conselho da Tongaat Hulett e de seus accionistas”, avançou.  
Fonte: Cartamz
Queda de aeronave acende alerta
Queda de aeronave acende alerta

Foi a segunda vez, em menos de um ano, que uma avioneta da Força Aérea de Moçambique caiu durante uma instrução.


Em maio do ano passado, uma aeronave caiu nas proximidades de uma escola primária, fazendo um ferido. Esta terça-feira (11.01), os dois tripulantes morreram depois de a avioneta de instrução cair num dos bairros próximos do aeroporto de Maputo, destruindo uma residência.

Mas o ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, prefere não relacionar os dois incidentes. O governante diz que os motivos da queda da aeronave da Força Aérea estão a ser investigados pela comissão de inquérito criada para o efeito.

"Deixar que a comissão que foi criada, que penso que vai receber apoio até de outras instituições credenciadas pelo Estado, possa investigar. Uma vez terminada a investigação, hão-de informar-nos o que precisamos de fazer para evitar que no futuro não possa ocorrer", declarou.

Em conferência de imprensa, o ministro rejeitou, no entanto, que o motivo da queda da avioneta tenha sido a instrução em si.

"Também não posso dizer que é por causa da instrução. Por isso, prefiro insistir na tese de que temos que deixar que pessoas habilitadas, que é a comissão, nos venham dizer exatamente o que aconteceu e o que devemos fazer para que não volte a acontecer", afirmou.

Causa por esclarecer
O comandante da Força Aérea de Moçambique, general Cândido Tirano, diz, ainda assim, que ambos os incidentes servem de alerta: é preciso prestar mais atenção a detalhes nas aeronaves. A avioneta que se despenhou no ano passado e a que caiu este ano eram da mesma marca, explica Tirano.

Por isso, segundo o general, é preciso verificar "o combustível que usa, provavelmente no processo de descarte dos gases, porque notamos que pode ter rompido com alguma particularidade no conetor do escape. É aqui que temos que prestar maior atenção", considera.

Cândido Tirano admite que a perda de potência pode explicar a queda da aeronave, na terça-feira.

"A perda de potência origina a perda de velocidade e consequentemente a queda da aeronave", explica.

Mas o general remete também esclarecimentos para mais tarde:"Tecnicamente, foi nomeada uma comissão de inquérito que se vai encarregar de juntar os elementos que existem para apurar as prováveis causas para a perda de potência".
Fonte: DW
Angoche, o novo "El Dorado", atrairá a insurgência de Cabo Delgado?
Angoche, o novo "El Dorado", atrairá a insurgência de Cabo Delgado?

Os primeiros furos de pesquisa de hidrocarbonetos em Angoche, província nortenha de Nampula, liderados pela petrolífera norte-americana Exxon Mobil, deverão estar concluídos este ano. Mas o otimismo em relação a um futuro melhor também vem acompanhado do receio da eclosão de um segundo foco de insurgência, à semelhança de Cabo Delgado, província também do norte de Moçambique.


Mas o sociólogo e especilsita em Estudos Africanos João Feijó entende que, em jeito de prevenção, pelo menos um passo adiante já foi dado: "Presume-se que existem hoje mais agentes de segurança no terreno, atentos e espalhados pela costa, o que poderá prevenir o alastramento da insurgência pela costa de Nampula". 

Mas o investigador alerta que "agora que esse risco existe, existe. E os próximos tempos dirão se haverá capacidade ou não de suster a insurgência".

"Ligação um pouco forçada neste momento"
A sustentar as desconfianças de alastramento dos ataques está o facto de Nampula ser zona de influência dos insurgentes. Por exemplo, comungam da religião dominante na província, o Islão, elemento de fácil manipulação. E isso fez da região um dos principais polos de recrutamento natural.

Mesmo assim, nem todos veem motivos para alarme, como é o caso da especialista em prevenção de extremismo violento Egna Sidumo: "Não acredito que haja uma ligação direta entre o novo "El dorado" com o extremismo violento ou possível alastramento de Cabo Delgado para Nampula. Em relação Angoche, acho que estamos a fazer uma ligação um pouco forçada neste momento".

"O local que me parece merecer maior atenção é Memba. Angoche está um pouco mais distante e está um pouco mais para o interior. Memba está mais próximo de Cabo Delgado e é área de maior recrutamento", adverte. 

Expansão a curto prazo não
Também o especialista em resolução de conflitos e políticas públicas Rufino Sitoe não prevê uma pulverização dos ataque armados para Angoche. Mas os seus argumentos têm fundamentação tático-militar:
"Se calhar pelo rumo do combate e para onde os grupos se estão a deslocar a curto prazo, não é previsível para Angoche, porque eles estão a ir no sentido noroeste, Mecula. Estão com tendências de se dirigir para o interior. Sem contar que as regiões a sul são muito mais protegidas", entende. 

E destaca as fragilidades dos insurgentes: "E não nos esqueçamos que este grupo está a sofrer baixas e é a vítima até então. A não ser que se trate de algumas ações esporádicas, de algumas ações de terror que não envolvam essa componente de guerrilha, como tem estado a fazer nos últimos tempos".

"Estou a falar dos lobos solitários que atacam isoladamente. Mas com a metodologia que usam, acho pouco provável que isso aconteça agora", avalia.

Inclusão como medida imediata
Vários pesquisadores moçambicanos constataram que a insurgência no norte de Moçambique nasceu da exclusão social e, por isso, são a favor da criação de políticas de inclusão. E para atravancar os impactos do alastramento, o investigador João Feijó defende medidas imediatas mais ajustadas.

 "É preciso repensar o modelo de desenvolvimento. Que seja mais gerador de emprego, que apoie a criação de pequenos negócios, a formação de pequenos empresários, em termos financeiros e de gestão, com políticas económicas que depois também os protejam", enumera.
Fonte: DW
Cabo Delgado: Missão militar da SADC fica mais três meses
Cabo Delgado: Missão militar da SADC fica mais três meses

A Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa) vai permanecer no país por mais três meses.


"Foi decidido o prolongamento da missão por mais três meses, mas isso é indicativo [...] O terrorismo não termina em um mês ou um ano. Naturalmente as atividades contra o terrorismo terão de seguir", disse o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

O Presidente moçambicano falava à comunicação social em Lilongwe, no Malawi, no final da cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que debateu a SAMIM, que a organização enviou para apoiar Moçambique no combate à insurgência em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Segundo o chefe de Estado, o prolongamento da missão militar que apoia Moçambique na luta contra os rebeldes em Cabo Delgado vai custar 29,5 milhões de dólares (26 milhões de euros), tendo a maior parte dos líderes regionais que estiveram na cimeira assumido o compromisso de disponibilizar as verbas dentro dos prazos estipulados.

"O orçamento foi também aprovado e promulgado e grande parte dos países durante a sessão disseram que vão cumprir com o prazo estipulado", frisou o chefe de Estado moçambicano.

Missão alargada a outras províncias?
Num momento em que surgem sinais de alastramento da insurgência para a província do Niassa, vizinha de Cabo Delgado (norte de Moçambique), com ataques esporádicos a pontos recônditos que já provocaram a fuga de cerca de 3.000 pessoas nestes locais, Filipe Nyusi esclareceu que a SADC está aberta para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo em qualquer ponto do país.

"Os nossos amigos colocaram-se à disposição para apoiar o combate ao terrorismo em Moçambique e, para eles, não é só em Cabo Delgado. Se o terrorismo puxa para a direita ou para a esquerda, nós vamos ao encontro do terrorista", declarou o chefe de Estado moçambicano, frisando que os rebeldes que "se movimentam para zonas que acham que lhes são favoráveis terão a resposta que merecem". 

O evento de quarta-feira (12.01) no Malawi foi antecedido, no dia anterior, pela cimeira extraordinária da 'troika' de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da SADC, presidida pelo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que é presidente do órgão, que também defendeu a prorrogação do mandato das forças estrangeiras em Cabo Delgado.

No encontro, os líderes regionais também encorajaram Moçambique a prosseguir com o plano de realizar uma conferência internacional para apoiar a reconstrução das zonas afetadas pelo terrorismo em Cabo Delgado.
Fonte: DW
Ataques no norte: Missão militar da SADC matou 31 terroristas
Ataques no norte: Missão militar da SADC matou 31 terroristas

Os rebeldes foram mortos durante a operação designada "Búfalo", desencadeada entre outubro e janeiro, e em que as forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) também destruíram várias bases dos grupos rebeldes no distrito de Macomia, refere um comunicado divulgado à comunicação social.


"As forças da SAMIM [sigla em inglês para Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique] encontraram uma forte resistência por parte dos terroristas, mas mesmo assim, conseguiram infligir baixas fatais e perturbar as suas atividades, bem como continuar a dominar e perseguir os terroristas na área operacional", explica a nota, que admite o registo de três baixas, uma das quais culminou em óbito.

Segundo o documento, durante as operações, as forças da SADC apreenderam cinco lançadores RPG 7, cinco metralhadoras PKM, 48 armas AK47 e granadas, bem como viaturas, motocicletas, telemóveis e dispositivos tecnológicos em números não especificados.

"As forças da SAMIM em apoio ao Governo de Moçambique continuam a criar as condições necessárias para um regresso à vida normal na província de Cabo Delgado, à medida que perseguem os terroristas", acrescenta.

Missão alargada
A SADC aprovou hoje, no Malawi, a prorrogação da missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos rebeldes em Cabo Delgado por tempo não especificado, no âmbito de uma cimeira extraordinária que enalteceu os "progressos" alcançados pelas forças da SADC no combate à insurgência no Norte de Moçambique.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas tem sido aterrorizada desde outubro de 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
Fonte: DW
Moçambique cria equipa para investigar queda de aeronave
Moçambique cria equipa para investigar queda de aeronave

As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) ciaram "uma equipa multissetorial para identificar as reais causas que ditaram o sinistro", lê-se num comunicado publicado na terça-feira (11.01).


O documento detalha que se tratava de "uma aeronave de instrução do tipo Festival, pertencente à Escola Prática de Aviação" que se despenhou, provocando a morte dos dois tripulantes, "um oficial e um sargento, ambos membros das FADM".

Os corpos das vítimas foram levados "para a morgue do Hospital Central de Maputo".

O acidente aconteceu por volta das 09:30 (hora local) quando a avioneta descolou da base aérea de Maputo, registando problemas ao ganhar altitude, antes de cair sobre uma residência, disse na altura o porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública (Sensap), Leonildo Pelembe.

A casa no Quarteirão 16 do bairro Vulcano ficou destruída, mas estava desocupada no momento do sinistro, acrescentou.
Fonte: DW
Elizabeth Ventura e Cage One “babam” de amor pelo filho Johari
Elizabeth Ventura e Cage One “babam” de amor pelo filho Johari

O casal Elizabeth Ventura e Cage One usaram as redes sociais para fazer uma demonstração de amor e carinho ao mais novo membro da família. Numa foto partilhada pelos rappers nas redes sociais, que ilustra a mãozinha do pequeno Johari e dos seus progenitores, Cage One e Elisabeth Ventura deixaram mensagens fofas ao filho.


“Foi no tempo dele e de Jeová. we’re coming BACK, nos vemos até lá”, escreveu Cage. Enquanto que a mamã de primeira viagem usou uma legenda tão curta quanto precisa: “Tudo”.

A acção dos rappers demonstra claramente que preferem não expor ainda o rosto do príncipe nas redes sociais, porém, o acto de carinho, com as mãozinhas do menino, terá concretizado o desejo de muitos fãs do casal.
Fonte: Platinaline
Canal Zap Viva despede trabalhadores em massa e deve oficializar extinção do canal
Canal Zap Viva despede trabalhadores em massa e deve oficializar extinção do canal

Após a rede de televisão Zap passar a emitir os conteúdos do canal Zap Viva, apenas em Moçambique e Portugal, desta vez o canal de entretenimento decidiu despedir, nesta terça-feira 11 de Janeiro, vários colaboradores em massa.


Apresentadores de TV e técnicos, bem como outros funcionários que exerciam diversas actividades, foram demitidos alegadamente pelo longo tempo de inoperância, e ainda assim, os encargos salariais eram cumpridos, porém sem receitas publicitárias pela inoperância em território nacional, que permitia arcar com os mesmos custos.

Lembrar que, a suspensão da emissão do canal Zap Viva encontra-se em vigor desde Abril do ano passado por falta de documentação legal. Desde então, a operadora vê-se forçada a proceder várias medidas de optimização nas diferentes áreas operacionais.
Fonte: Platinaline
“Guerras não podem ser travadas a baixo custo”: Especialistas e forças especiais pedem mais infantaria e equipamentos em Moçambique
“Guerras não podem ser travadas a baixo custo”: Especialistas e forças especiais pedem mais infantaria e equipamentos em Moçambique

Os líderes da África Austral reunidos no Malawi esta semana devem reforçar a sua missão militar de combate aos insurgentes no norte de Moçambique, uma missão que está “ridiculamente com poucos recursos para a tarefa que lhe foi confiada”. A África do Sul perdeu o seu primeiro soldado na operação no mês passado. Sem muito mais infantaria e equipamento, as baixas podem começar a aumentar e toda a missão pode ser comprometida.


Essa é a mensagem urgente de especialistas militares, bem como de um pequeno, mas corajoso contingente de forças especiais que estão efetivamente lutando contra o grupo extremista afiliado ao Estado Islâmico e matando muitos de seus membros. Mas eles estão quase sozinhos, sem apoio de infantaria ou apoio aéreo adequado e outras logísticas e não podem sustentar a intensidade do conflito sem grandes reforços.

As forças especiais da África do Sul, Tanzânia, Botswana e Lesoto estão na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, desde meados de julho de 2021, como parte da Missão da SADC em Moçambique (Samim).

A SADC – a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral – está a realizar uma cimeira extraordinária em Lilongwe, Malawi, nesta quarta-feira para decidir sobre o futuro da intervenção militar quando o seu mandato actual expirar a 15 de Janeiro. Os ministros da SADC recomendaram aos seus líderes que o mandato de Samim seja prorrogado por seis meses até meados de julho. Autoridades disseram ao Daily Maverick que esperam que os chefes de governo endossem essa extensão.

Mas não está claro se eles também concordarão em reforçar a missão – o que é urgente. Oficiais militares originalmente imaginaram a Samim como uma força de quase 3.000 soldados com algumas centenas de soldados das forças especiais na vanguarda, a ser reforçada por três batalhões de infantaria. Eles também deveriam ser apoiados por vários helicópteros de ataque e transporte e outros apoios aéreos e navais.

Mas a infantaria não foi mobilizada e nem os helicópteros de combate. Uma embarcação de ataque da marinha sul-africana foi enviada para Cabo Delgado no ano passado, mas depois retirou-se devido a problemas mecânicos e não foi substituída, de acordo com relatos da mídia.

Dois helicópteros utilitários Oryx da Força Aérea da África do Sul estão fazendo a maior parte do transporte aéreo, fornecendo apoio vital a algumas centenas de forças especiais da África do Sul, Tanzânia, Botswana e Lesoto. Angola, República Democrática do Congo, Malawi e Zâmbia também estão a contribuir para o Samim, mas sobretudo com a logística.

A África do Sul perdeu seu primeiro soldado na operação quando o cabo das Forças Especiais Sul-Africanas (SASF), Tebogo Radebe, foi morto numa emboscada a leste da vila de Chai, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, em 20 de dezembro do ano passado. Isto seguiu-se a uma ofensiva lançada por Samim e pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) que capturou duas bases dos insurgentes que se autodenominam Al Sunnah wa Jama'ah (ASWJ) e também Estado Islâmico, Província da África Central.

De acordo com um porta-voz de Samim, 14 insurgentes foram mortos no ataque e 13 civis moçambicanos, que se acredita terem sido raptados pela ASWJ, foram libertados. A Samim disse que 23 insurgentes foram mortos na ofensiva de semanas em torno de Chai. Acrescentou, no entanto, que além do sul-africano que morreu, outros dois membros do Samim ficaram feridos. Fontes militares disseram que os dois soldados Samim feridos eram soldados da SASF que foram baleados em um confronto com a ASWJ em 19 de dezembro.

No início de setembro, outro soldado da SASF foi ferido, acrescentaram. Mais tarde, em 25 de setembro, disse Samim, um soldado das forças especiais da Tanzânia foi morto e outros dois soldados das forças especiais da Tanzânia e um soldado das forças especiais do Lesoto ficaram feridos num ataque conjunto de Samim e FADM que destruiu uma base da ASWJ, ao sul do assentamento de Chitama em Nangade.

A Samim disse que 17 terroristas da ASWJ foram mortos nesta operação e outro foi morto no dia seguinte em um tiroteio ao sul do rio Messalo. O número total de vítimas da Samim até agora parece ser de 11. Além dos dois mortos e seis feridos em tiroteios com ASWJ, um soldado da Tanzânia morreu caindo de um helicóptero, um soldado do Lesoto morreu de malária cerebral e um soldado do Botswana morreu quando ele foi acidentalmente atropelado por um camião.

Moçambique, Samim – e a Força de Defesa de Ruanda, que tem uma força muito maior implantada em Cabo Delgado do que a SADC – estão matando muito mais insurgentes do que estão perdendo. Mas as forças especiais estão, no entanto, mais sobrecarregadas do que precisam ou deveriam estar numa guerra de contra-insurgência. Embora os ruandeses estivessem originalmente na vanguarda dos primeiros combates, eles parecem ter posteriormente mantido um mandato restrito, protegendo as instalações de processamento de gás natural líquido em Afungi, perto de Palma, no extremo nordeste de Cabo Delgado e também para manter aberto um corredor de 70 km daí até ao porto de Mocímboa da Praia a sul.

Isso deixou a Samim e as FADM a policiarem uma grande zona de guerra que se expandiu recentemente, pois suas operações levaram alguns insurgentes para a província do Niassa, a oeste de Cabo Delgado. Os soldados moçambicanos têm sido amplamente criticados por fugirem quando atacados, mas muito do seu problema parece ser o facto de estarem mal equipados, especialmente quando se trata de munições.

Dois soldados moçambicanos foram mortos no mesmo contacto que custou a vida a Radebe e três ficaram feridos juntamente com os dois sul-africanos feridos no dia anterior.

Não está muito claro por que a SADC não implantou até agora a força total de Samim prevista, embora o principal obstáculo seja provavelmente o custo. Em julho do ano passado, o presidente Cyril Ramaphosa disse ao Parlamento que precisava de R984 milhões para enviar cerca de 1.500 soldados da SA em Moçambique por três meses. Em outubro, a SADC prorrogou a missão Samim até 15 de janeiro.

Mas o governo da SA não orçou mais fundos e parece ter estendido os R984 milhões para cobrir seis meses de operações, destacando apenas forças especiais e não muito equipamento. Até agora, todos os países da SADC que participam no Samim parecem ter financiado as suas próprias contribuições. No entanto, funcionários disseram ao Daily Maverick que a SADC está negociando com doadores estrangeiros para tentar obter mais financiamento.

O jornal Vrye Weekblad informou na semana passada que a condição precária da empresa estatal de armas Denel foi parte da razão pela qual apenas dois helicópteros Oryx e nenhum helicóptero de ataque Rooivalk foram enviados para Moçambique.

Darren Olivier, um diretor da African Defense Review, alertou que, “a missão da SADC em Moçambique está ridiculamente com poucos recursos para a tarefa que lhe foi confiada, e se a missão for simplesmente estendida sem uma mudança, então devemos esperar muitos mais baixas, juntamente com possíveis falhas de missão.

“As tropas das Forças Especiais da África do Sul atualmente destacadas em Moçambique, juntamente com suas contrapartes de outros países como Botswana, Lesoto e Tanzânia, são soldados extremamente capazes que fizeram um excelente trabalho nos últimos meses. Mas eles não são sobre-humanos e receberam uma tarefa impossível.

“Neste momento, a força da SADC é muito pequena, tem responsabilidade por uma área muito grande e tem muito poucos meios de apoio, como aeronaves. Eles têm apenas dois helicópteros de transporte Oryx para apoiar 300-400 soldados em uma área enorme e, pior, têm mobilidade limitada de veículos como resultado do terreno acidentado da região. Isso significou que a maioria dos engajamentos, ações, patrulhas e similares tiveram que ser feitos a pé e sem apoio de aeronaves ou armas pesadas, tornando as tropas vulneráveis.

“O facto de não ter havido mais baixas é uma prova da qualidade das tropas, mas elas estão sendo espremidas cada vez mais e levadas ao ponto de exaustão. Erros inevitavelmente surgirão, e mesmo as melhores tropas têm limites.

“Além disso, quando for necessário alternar as forças atuais, como deve acontecer em breve, é improvável que equipes de substituição suficientes estejam disponíveis nas unidades de forças especiais dos países relevantes. A implantação continuará do mesmo tamanho, mas com unidades mais convencionais? Essa será uma receita para o desastre.

“É, portanto, hora de repensar toda a missão, e para os líderes políticos e militares da SADC esclarecerem os objetivos estratégicos e se comprometerem a fornecer recursos adequados à missão com tropas adicionais, helicópteros de transporte e apoio de armas pesadas de que necessita ou retirar-se da ativa. totalmente as operações de combate. As guerras não podem ser travadas de forma barata sem que consequências graves surjam mais cedo ou mais tarde.”

Na segunda-feira, Ramaphosa presidiu a uma reunião em Lilongwe da troika do órgão da SADC sobre política, defesa e segurança e dos outros países que contribuem com tropas para Samim, para elaborar recomendações para a cimeira plena da SADC na quarta-feira.
Fonte: Cartamz
Yannick Afroman premiado com Diploma de Mérito pelo Ministério da Cultura
Yannick Afroman premiado com Diploma de Mérito pelo Ministério da Cultura

Considerado a nível nacional como um dos grandes pioneiros do estilo musical hip-hop, o rapper e compositor Yannick Afroman foi distinguido com um Diploma de Mérito no passado sábado, 8 de janeiro, por ocasião do dia nacional da cultura. 

O Diploma, que lhe foi entregue na ocasião pelo Ministro da Cultura, Filipe Zau, serve como reconhecimento ao contributo de Afroman com o seu trabalho em prol da cultura do nosso país.
Granito: um filme baseado em acontecimentos reais em Moçambique
Granito: um filme baseado em acontecimentos reais em Moçambique

Na terça-feira, 28 de dezembro, estreou na TV Russa o filme de ação “Granite”. O filme conta a história de um instrutor Russo, conhecido como Granite, que se viu envolvido em conflitos de terrorismo em Cabo Delgado.


O filme é baseado em fatos reais, quando em 2019 o governo de Moçambique pediu ajuda à Federação Russa para estabelecer a segurança no País, antes das eleições gerais.

Naquela época, o grupo radical Ansar al-Sunna, criado por militantes do ISIS, já operava ativamente no norte do País há quatro anos. Desde 2017, extremistas têm atacado consistentemente pequenos assentamentos, matando pessoas desarmadas, removendo gado e incendiando casas. Assim, foram gradualmente “limpando” a província de Cabo Delgado dos apoiantes do governo oficial, considerando-a seu próprio território.

Temendo uma possível interrupção da votação nas eleições gerais de 15 de Outubro, as autoridades em Maputo se voltaram para a Rússia. Quase imediatamente, um pequeno grupo de especialistas foi para a região e começou a treinar militares locais e também ajudou a organizar a defesa do estado.

Para determinar as zonas de actividade dos militantes, estes tiveram de percorrer os destritos mais perigosos de Cabo Delgado juntamente com os oficiais. Naturalmente, não passou sem escaramuças com terroristas. A chegada dos representantes da Federação Russa e a oposição claramente intensificada dos militares locais não passou despercebido aos militantes.Os ataques pararam por um bom tempo.

Graças ao apoio dos Russos, eles conseguiram fazer frente aos terroristas e realizar as eleições, após as quais Maputo decidiu que o objetivo havia sido alcançado e o apoio dos Russos não era mais necessário. No entanto, durante 2020, o conflito aumentou. Ele atingiu o pico em Março de 2021, quando um ataque coordenado e brutal ocorreu em Palma, transformando a cidade outrora vibrante, lar da infraestrutura de liquefação de bilhões de dólares da Total, em uma cidade fantasma.

O filme faz parte do Universo Cinematográfico “Turíst”, um projeto conjunto cinematográfico Russo-Centro-africano sobre o conflito na República Centro-Africana na virada de 2020-2021.

O filme promete ser muito interessante e emocionante, mostrando toda a verdade sobre o conflito em Moçambique.
Fonte: Evidencias

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